"Mas a coisa mais estranha é que aqueles que mais desejam reter e preservar o cristianismo são os que mais fizeram para destruí-lo (…) A reforma luterana, em toda a sua extensão e amplitude, foi a indignação do simples contra o complexo; para falar prudentemente, foi uma falta de refinamento, honestamente um engano.
(…)Lutero era fatalmente limitado, superficial e imprudente. Ele confundiu, atrapalhou, deu os Livros Sagrados na mão de qualquer um – o que significa dá-los na mão dos filólogos, que são os destruidores de toda crença baseada em livros. Ele demoliu o conceito de "igreja" por repudiar a fé na inspiração dos concílios; para que o conceito de "igreja" permaneça vigoroso como é, ele pressupõe que o Espírito inspirador que fundou a igreja permaneça vivo nela, construindo-a, continue ainda a fazer nela sua morada de descanso. (…) Lutero destruiu um ideal que ele não sabia como alcançar (…) De fato, ele não sabia o que estava fazendo."
A citação de Nietzsche serve também para lembrar que a indignação do simples em relação ao complexo ou, ainda, do baixo e vil para com o honrado e honesto continua a fazer história nas mais simples relações humanas.
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