“Estou farto da rasura da vida. Tanto como propriedade antípoda do profundo, quanto como o frequente rasurar e corrigir e remendar e refazer. Mas não pense o leitor que não desejo evitar o ridículo intelectual e literário de reescrever sobre isso tudo. Todavia, o fato é que, embora nos alcemos pelas belas letras e pelas doutas filosofias, o peso morto da carne continua a alimentar o empuxo do lodo. E, na prática, mesmo que enfadonha, é essa a condição da qual não escapamos senão como aquele famigerado personagem que tenta se livrar da areia movediça puxando-se pelos próprios cabelos.”
Marc Soitraeil, Sob a Égide de Tartaro.