Através de um post de hoje do Daily Nous, cheguei ao excelente ensaio de Martin A. Schwartz no Journal of Cell Science sobre a “estupidez produtiva” que se deveria cultivar em toda pesquisa científica. Vale tanto pras ciências “duras”, quanto para as gloriosas humanidades:
Productive stupidity means being ignorant by choice. Focusing on important questions puts us in the awkward position of being ignorant. One of the beautiful things about science is that it allows us to bumble along, getting it wrong time after time, and feel perfectly fine as long as we learn something each time.
Entretanto, o autor relembra que “No doubt, this can be difficult for students who are accustomed to getting the answers right”. E isso traz outro aspecto bastante importante do artigo de Schwarz, sobre o qual, em maior ou menor grau, falo repetidas vezes (e que motiva posts como estes): jamais se ensina a pesquisar de fato. As escolas esmeram-se por ensinar como a entrar na Universidade que, por sua vez, jamais ensina como se virar nos estudos e na pesquisa. E, como relembra Schwartz, isso não se limita à graduação:
I’d like to suggest that our Ph.D. programs often do students a disservice in two ways. First, I don’t think students are made to understand how hard it is to do research. And how very, very hard it is to do important research. It’s a lot harder than taking even very demanding courses.
Enfim, Schwartz acerta em cheio e o artigo deve ser lido e meditado na íntegra.