Tenho lido uma enxurrada de bobagens ultimamente. Sobretudo em blogs católicos que se autodenominam “conservadores”. A coisa só piora quando se adentra na filosofia; geralmente são tomados por uma arrogância medonha. Transcrevo abaixo um pequeno trecho do brilhante De rationibus fidei, de São Tomás de Aquino, que me faz voltar à justa medida da reflexão sobre o assunto.
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CAP. 2 – Como disputar com os infiéis
Sobre este assunto, eu te aconselho primeiramente, que quando disputares contra os infiéis, não tentes provar a fé por meio de razões necessárias, isto rebaixa, com efeito, a sua sublimidade, porque a verdade da fé não excede somente a mente dos homens mas igualmente aquela dos anjos; ao contrário nós cremos nos artigos da fé como revelados por Deus mesmo. Ora, o que procede da verdade suprema não pode ser falso e nenhuma razão necessária pode agir contra o que não é falso. Assim como nossa fé não possa ser provada por razões necessárias porque ela excede as possibilidades da razão humana, ela também, graças à sua verdade, não pode ser invalidada pornenhuma razão necessária.
É por isso que a intenção do argumentador cristão deve visar não provar a fé, mas defendê-la. Eis a razão pela qual o bem-aventurado Pedro não diz “estejam sempre prontos a provar” mas “a dar satisfação” [da fé – 1Pd. 3,15], isto é, a mostrar pela razão que o que confessa a fé católica não é falso.”
Tradução minha, a partir do texto bilíngue latim-francês
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