Abaixo, mais um texto para o jornal da Paróquia Jesus Bom Pastor, tecendo algumas breves explicações acerca do nono artigo do Símbolo Apostólico.
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Creio na Santa Igreja Católica; na Comunhão dos Santos
A palavra “Igreja” vem do grego “ekklesía”, que quer significa “assembleia reunida para determinado fim”. Assim, somos Igreja na medida em que estamos todos reunidos e orientados para o Senhor, pois somos o corpo do qual Cristo é a cabeça (cf. I Cor. 12, 12-14). Ao professarmos nossa fé na Igreja Católica, verdadeira igreja do Cristo, externamos nossa fé nos seus quatro atributos essenciais, a saber, ela é Una, Santa, Católica e Apostólica, como afirmamos também no Símbolo Niceno-Constantinopolitano.
A Igreja é Una: dela foi dito “só uma é minha pomba, minha perfeita (…) única para quem a concebeu” (Cân. 6, 9). Como nos ensina S. Tomás, a unidade da Igreja se dá a partir de três fontes: a Unidade de Fé, pois há um só Senhor, uma só fé e um só batismo (cf. Ef. 4,5); Unidade de Esperança, pois estamos todos unidos na esperança da Salvação: “Há um só corpo e um só Espírito, como também é uma só a esperança à qual fostes chamados” (Ef. 4,4); por fim, a Igreja é Una por força da Unidade de Caridade, pois nela somos todos irmãos, filhos adotivos de Deus. A unidade no Cristo faz com que cresçamos todos e que todos façamos seu Corpo crescer “construindo-se no amor, graças à atuação devida de cada membro.” (Ef. 4, 16). A Igreja é também Santa, pois Santa é sua Cabeça, Jesus Cristo, santos são muitos de seus membros, santas são sua Fé e sua Lei, santos são seus Sacramentos e, por fim, porque é dela que emana toda a santidade no mundo. Ela é também “Católica”, palavra que vem do grego e significa “universal”, pois abrange todos os fieis em todos os lugares, tempos, condições e é a Ela que todos nós somos chamados a pertencer. Por fim, a verdadeira Igreja do Cristo é Apostólica pois, como nos ensina S. Pio X, ela remonta sem interrupção até aos Apóstolos, porque crê e ensina tudo o que estes creram e ensinaram e porque é guiada e governada pelos legítimos sucessores dos Apóstolos e, de modo particular, pelo papa que é o sucessor de São Pedro, a quem o próprio Jesus Cristo prometeu que estaria sempre presente em Sua Igreja firmada sobre a confissão de fé do apóstolo, e contra a qual as portas do inferno jamais prevalecerão (cf. Mt. 16, 16 e seguintes).
Por força de todas estas características da verdadeira Igreja do Senhor, somos chamados também a professarmos nossa fé na Comunhão dos Santos que é a íntima união que existe entre todos os membros do Corpo Místico do Cristo, sejam estes membros os que ainda peregrinam nesta terra, sejam aqueles que já nos precederam na fé e que já se encontram na presença de Deus ou no Purgatório. Assim, todos os bens da igreja – tais como os merecimentos infinitos de Cristo, os merecimentos superabundantes de Maria Santíssima e dos Santos, os frutos de todas as boas obras que a Igreja realiza, bem como as orações e frutos da Santa Missa – são comuns a todos estes membros.
Rezemos então para que possamos pertencer cada vez mais dignamente à Igreja, Corpo do Senhor e que possamos, conforme nos diz S. Cipriano (séc. III), compreender que “não pode ter a Deus por Pai, quem não tem a Igreja por mãe”.
Um abraço.
Gabriel Ferreira
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