Na Remissão dos Pecados
No décimo artigo do Símbolo Apostólico somos chamados a professar a fé numa verdade que emana daquilo que professamos acerca do Cristo e de sua Igreja, a saber, que cremos na remissão de nossos pecados. Através destas palavras, afirmamos crer que Cristo, que adquiriu-nos para Si não por coisas perecíveis como a prata ou o ouro, mas pelo Seu sangue precioso (cf. I Pd.1, 18-19), apaga todos os nossos pecados pelo poder concedido à sua Igreja.
Foi o próprio Senhor – pois assim como lembram os Padres da Igreja, só o credor pode perdoar a dívida – quem comunicou o poder de perdoar os pecados à Igreja, conforme podemos ler no Evangelho segundo São João (capítulo. 20, versículo 23): falando aos apóstolos, após soprar sobre eles: “A quem perdoardes os pecados, serão perdoados; a quem os retiverdes, ficarão retidos”. Assim, pelo mandato de Cristo, cremos que a Igreja tem o poder de perdoar todos os pecados, sem limitação de vezes, tipo do pecado ou pessoa. E ela o faz através de seus sacramentos – justamente os sinais sensíveis da Graça invisível de Deus, instituídos para nossa justificação -, sobretudo o sacramento do Batismo e o da Penitência ou Confissão. Pelo Batismo, é apagado em nós o pecado original contraído por nossa natureza e, pela Penitência somos restituídos ao Estado de Graça do qual a ofensa a Deus nos priva.
Além disso, devemos ver nas verdades expressas por esse artigo, a inefável misericórdia de Deus para conosco. De fato, como nos lembra Santo Agostinho (cf. Serm. 83), somos como que mendigos em nossa total dependência de Deus. Nele somos, nos movemos e existimos (cf. At. 17,28). Agradeçamos, portanto, infinitamente a Deus que se digna a perdoar nossos pecados, não por nossos méritos, mas pela imensa gratuidade de seu Amor para que, no fim dos tempos, não sejamos mais simples miseráveis, mas participantes da natureza divina (cf. II Pd. 1, 4), fim último da nossa existência querido por Deus desde toda a eternidade
Um abraço.
Gabriel Ferreira
www.gabrielferreira.com.br