Olá a todos.
Na primeira de nossas contribuições, dissemos que iríamos nos dedicar a explicar e clarificar alguns elementos de nossa fé. Assim (e até para seguirmos o nome de nossa “coluna”), firmadas as bases nas citações bíblicas que comentamos anteriormente, quero hoje iniciar uma série de pequenos textos catequéticos. Para isso, nada mais primordial do que refletirmos sobre a própria catequese ela mesma.
A própria palavra já nos abre inúmeros sentidos e nos apresenta uma série de reflexões que, na maioria das vezes, desprezamos ou pomos de lado. A palavra “catequese” é proveniente do grego kata, isto é, através de, por meio de, e échêin, ouvir. Assim, catequese tem o sentido primeiro de instrução através do ouvir. A importância de seu sentido de atenção e escuta, que pede uma atitude de seguimento obediente, ou seja, de discipulado, é colocada mais em relevo por São Paulo, no versículo 17 do capítulo 10 de sua carta aos Romanos. Nos diz o Apóstolo: “Assim, a fé vem pela audição e a audição se faz pela palavra de Cristo”.
O termo original não nos deixa dúvidas. São Paulo nos diz que a fé vem ex akóes, pela audição. É sensível como hoje nos sentimos incômodos na posição de ouvintes. Tal postura está sempre ligada àquela de submissão, de passividade, a qual nos costuma inspirar, antes de mais nada, uma revolta surda. É assim no cotidiano, mas também na catequese, na homilia do padre e na penitência que a Igreja nos pede, como aquela da Quaresma pela qual acabamos de passar. Desejamos ser sujeitos, agentes, tomarmos a frente, antes de sermos ouvintes atentos e obedientes. Mas ao cristão cabe outra atitude. A escuta e o seguimento não é um perder-se num mutismo estéril mas, antes, é ouvir o que o Cristo tem a nos dizer e deixar que Sua palavra frutifique em nós. É para o próprio Deus feito homem que somos chamados a inclinar os ouvidos. Dessa forma, a catequese atenciosa e maternal da Igreja, em seus documentos, nas homilias dos sacerdotes e nos ensinamentos em geral não quer nos submeter, mas elevar-nos.
Coloquemo-nos próximos ao Senhor Ressuscitado, confiantes e atentos à sua Palavra de Verdade e Salvação.
Um abraço.
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