Dando continuidade às minhas pequenas reflexões sobre o Credo, aqui vai a minha coluna deste mês.
* * *
Creio em Deus, Pai Todo-Poderoso, Criador do céu e da terra
O primeiro dos doze artigos do Credo, reúne em uma só asserção os principais atributos de Deus e da primeira Pessoa, o Pai. Devemos lembrar, antes de tudo, que a onipotência e a co-laboração na criação também pertencem às demais Pessoas da Santíssima Trindade. Contudo, o Pai aparece em primeiro lugar pois, como nos diz São Pio X, Ele não procede de nenhuma das outras Pessoas mas é, justamente, Aquele de quem o Filho e o Espírito Santo procedem. Há quatro pontos fundamentais nesta primeira afirmação das verdades de fé.
O primeiro deles é que cremos em Deus. No dia-a-dia dizemos “Deus” sem nos atentarmos para o que a palavra aponta. Primeiro, ao professarmos a crença em Deus, escrito inclusive com letra maiúscula, queremos dizer que temos fé em um Deus único (e não um deus entre outros deuses). Cremos que Ele é Deus e, portanto sumamente perfeito e sumamente bom e em Quem todas as qualidades superam muitíssimo nosso entendimento.
Em seguida, que Ele é também Pai. Em um primeiro sentido, que Ele é Pai da segunda pessoa da Trindade, Seu Filho. Assim também, é o Pai de toda a humanidade, já que a cria e a sustenta e, por último, é Pai de modo especial daqueles que se tornaram seus filhos adotivos por estarem associados a seu Filho por excelência, Cristo Jesus.
Ele também é Todo-Poderoso ou Onipotente. Por ser Deus, fonte e origem de tudo o que existe e sumamente perfeitíssimo, nEle não há distinção entre sua vontade, seu pensamento e a realidade. Só Deus é o Senhor de tudo o que há porque sua santíssima vontade é absolutamente soberana. Com isso também queremos professar que em Deus não há pecado nem erro, já que estes não são “poderes” ou possibilidades, mas justamente falta deles. Ou seja, sendo Todo-Poderoso, não há em Deus nenhuma imperfeição.
Por fim, o Deus único e nosso Pai é fonte e origem de toda a criação. Criar, neste sentido, só pode ser atributo de Deus pois significa criar a partir do nada. Aqui, céu e terra querem significar a totalidade de tudo o que há. É Deus Ele mesmo quem cria e sustenta todo o universo e todas as demais criaturas que nele existem. É então porque em Deus todas as suas qualidades são inseparáveis, que elas aparecem reunidas em um único artigo. Devemos então perceber que não é possível separar em nossa fé, nenhum dos pontos do primeiro artigo sem prejuízo de nosso entendimento de Deus e de nossa relação com Ele.
Um abraço.
Gabriel Ferreira
Depois de muitos anos recebendo alguns pedidos para um curso online de filosofia, vou oferecer…
Publico abaixo o texto na íntegra da apresentação à minha tradução do livro de Frederick…
Em maio deste ano, tive o prazer de ser convidado pelo Dionisius Amendola, que capitaneia…
Novo artigo aceito para publicação (a sair pela Revista Trans/Form/Ação - UNESP) sobre a leitura…
Procurando por artigos de Shamik Dasgupta em seu site, acabei clicando em uma de suas…
Relendo a introdução do incrível “Ten neglected classics”, organizado por Eric Schliesser, topo de novo…